Garoto Cósmico, 2007

Garoto Cósmico
Alê Abreu, 2007, 35mm, 76'


 Sinopse
Cósmico, Luna e Maninho são crianças de um mundo futurista, onde as vidas são totalmente programadas. Certa noite, buscando mais pontos para obterem um bônus na escola, os três perdem-se no espaço e descobrem um universo infinito, esquecido num pequeno circo.

Depois de muita brincadeira e tantas novas experiências o mundo da programação envia um representante especial para resgatá-los. É hora de escolherem seus próprios caminhos.


GAROTO CÓSMICO foi concluído em 2007 e desde então circula pelo mundo. Foi exibido em festivais e mostras para as mais diferentes platéias em diversos países, processo que levou mais de 100 mil espectadores a assistirem ao filme.
No circuito comercial, ficou em cartaz nos cinemas do Brasil em 2008 sendo assistido por cerca de 140 mil pessoas, e também entrou em cartaz na Índia e na Venezuela.
 Em 2008 o filme foi lançado em DVD e transformado em livro, lançado pela FTD.


"O longa de estréia de Alê Abreu prende a platéia, tenha ela dente de leite ou dentadura."

O GLOBO 

* * * *

"Cinema para criança com responsabilidade pedagógica, carinho artístico e inteligência."


DIÁRIO DE PERNAMBUCO 

* * * *



"Animação brasileira surpreende ao investir em tom humanista."

"Nestas férias, Garoto Cósmico chega a tempo de salvar o Verão"

FOLHA DE S.PAULO 
* * *

"Nossa aventura barroco-científica."
 
ESTADO DE S.PAULO
 * * *



"Um trabalho quase artesanal para ressaltar uma história em que os artistas circenses são heróis na luta contra um planeta sem alma, mecânico e padronizado.
"

CORREIO BRASILIENSE

 * * *



"Garoto Cósmico é prova inquestionável de que há talento nacional disponível para o desenvolvimento de grandes filmes de animação por aqui."


OMELETE

 * * * *

"Ingênuo e cansativo"
REVISTA VEJA
 **

Críticas

CRIANÇAS NO ESPAÇO SIDERAL

Christian Petermann*


O ilustrador e diretor de animações Alê Abreu está construindo uma sólida carreira desde o início da década de 1990, de quando data o curta Sírius, que já denota tanto o fascínio do realizador pelo firmamento quanto sua sincera dedicação ao espectador mirim. O curta foi desenvolvido com técnicas tradicionais e apresenta, para a época, um ótimo acabamento técnico. O realizador mesclou diferentes tipos de traço, em especial nas passagens oníricas, e até inseriu uma montagem de fotografias que ressalta a crítica social sugerida pela história.
Sírius tem como protagonista um menino de rua que se sente muito só em uma noite fria e que, depois de adentrar uma igreja, adormece ao relento. No sonho, ele é embalado por uma angelical figura feminina. Ao despertar, a fantasia talvez não tenha se dissipado por completo e ele, sozinho com seus amigos imaginários, olha para uma grande estrela (a Sírius do título), uma luz intensa que o aquece e protege. É possível fazer uma leitura mais pessimista desse desenlace. Mas com uma bonita trilha sonora de Raul Duchen, é uma delicada parábola do abandono de menores de idade, uma obra de força poética insuspeita.
Já o ponto alto dessa linha de trabalho de Alê é o longa Garoto Cósmico, de longe um dos melhores desenhos animados brasileiros já realizados. Vencedor de uma menção honrosa no VII Grande Prêmio Vivo do Cinema
Brasileiro, promovido pela Academia Brasileira de Cinema em 2009, o desenho seduz todas as gerações com uma história simples, que explora a liberdade de ação e o uso da imaginação como forma de enfrentar imposições antiquadas de educação e ação social.
Cósmico, Luna e Maninho são crianças que vivem no futuro, com rotinas
rigorosamente programadas entre a escola e o dormitório. Os três almejam ganhar mais pontos para acelerar a ida ao Planeta da Criança Adulta, mas, na tentativa, acabam se perdendo no espaço e descobrem que o universo é infinito. Cruza seus caminhos um pequeno circo, onde a turma brincará muito e descobrirá que cada um deve escolher seu próprio rumo, sem programação prévia.
A mensagem embutida na premissa é clara e vem embalada na forma de uma animação ágil, curta, extremamente colorida e gostosa de ver. Alê Abreu oferece uma das experiências mais lúdicas do cinema brasileiro recente, uma trama de ficção-científica que carrega muito de brasilidade – nos personagens, vinculados ao universo mágico do circo e das brincadeiras de criança; nas imagens, que misturam às animações bidimensionais texturas diferenciadas, como uso de chita e outros tecidos como fundo de cenário, na inserção de cenas reais filmadas (como um limão que vira planeta ou mãos que viram uma criatura) e até na sequência em computação gráfica que simula um videogame. E também na música.
A trilha sonora, aliás, grande responsável pela empatia que o filme provoca.
Assinada por Gustavo Kurlat, a trilha é marcada por temas musicais alegres, de imediata identificação. Reúne canções interpretadas por consagrados
cantores como Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata e Belchior, que emprestaram suas vozes para deixar Garoto Cósmico ainda mais legal. Fiel a esse espírito genuíno, de raiz, a história é apresentada como que num picadeiro, com cortinas que se abrem e fecham para o espetáculo. O desenho, por sua vez, é dedicado ao saudoso veterano Raul Cortez. Com sua voz inconfundível, dublou o simpático personagem Giramundos, o dono do circo cheio de lições para ensinar. Foi um dos últimos trabalhos de Cortez em vida.
No elenco de dubladores, há outros profissionais da área, como Wellington Nogueira, integrante e cofundador do grupo Doutores da Alegria, que dubla o palhaço do circo, e a atriz Vera Vilela, que faz a voz da locutora da TV Programação, onipresente no começo do filme. É muita gente bem intencionada e unida pra realizar um desenho obrigatório para crianças de todas as idades.



(*) Crítico de cinema atuante há 25 anos, colabora atualmente no Guia da Folha de S. Paulo, na revista Rolling Stone e no programa Todo Seu (TV Gazeta/SP), além de ministrar palestras, cursos e workshops e ser curador do festival “Cine MuBE – Vitrine Independente"
---------------

SOB A TENDA DE UM CÍRCO

Paulo Santos Lima


Na maior parte do tempo, os filmes de animação são valorizados na medida em que reproduzem “realisticamente” o mundo “real”. Esse “real”, no caso, é a própria gramática aplicada pelo cinema para construir sua diegese a partir do mundo em que vivemos. Assim, é comum que se arregale os olhos para os desenhos que conseguem simular os procedimentos concretos do exercício cinematográfico, como Ratatouille, Os Incríveis e Procurando Nemo (exemplos extraordinários, topo de linha, com reproduções estilísticas complexas, de decupagem do espaço a movimentos de câmera). Essa é uma estética contemporânea dos desenhos, seguida ou não pelos cineastas do mundo de hoje, e que conta sobre conteúdos já bastante comentados outrora: amizade, lealdade, perseverança, reorganização do caos.

Nesse cenário, Garoto Cósmico desponta como uma obra bastante interessante, na medida em que o diretor Alê Abreu opta por um traço retrô. O Yellow Submarine dos Beatles, dirigido por George Dunning, é uma proximidade – ainda que o longa de Abreu seja bem mais pé no chão, comportado, longe da deliciosa e iluminada viagem ácida desse filme de 1968. Assim, Garoto Cósmico pisa no terreno do infanto-juvenil dos anos 70, quando a TV Globo, por exemplo, juntava ingredientes da fantasia monteirolobatiana de Vila Sésamo reformatados num simulacro interessantíssimo do telejornalismo com o programa Globinho, e ainda adotava o lúdico da mímica genial de Juarez Machado no Fantástico. E é com Machado que o grande personagem do filme, Giramundos, assemelha-se fisicamente.

Com o circo servindo como referência vertebral aqui, está claro que Alê Abreu traz à tela parte de sua experiência pessoal, e, claro, um universo dos anos 70 (década em que o virtual ainda era uma ficção científica) que lhe diz respeito. A história passa-se em 2973, quando todos são guiados por uma espécie de inteligentsia, um deus-máquina onipresente que conduz todas as ações humanas, numa lógica infernal (e maquinal) em que a produtividade é o objetivo supremo. Numa galáxia cujos planetas dividem maciçamente funções sob nomenclatura disfarçada – planeta da 3ª idade (os fora do mercado de trabalho), planeta dos robôs (os produtivos), planeta das crianças (o condicionamento) -, a humanidade vive em estado zumbi. Não há como dissociar esse estado de coisas de THX 1138, primeiro longa de George Lucas (dos anos 70, aliás), e Alê Abreu faz um ótimo trabalho visual, em azul e branco e reproduzindo uma dinâmica de linha de montagem opressiva (notavelmente acentuada para um filme infantil).

Nesse ambiente, há três crianças que, buscando ganhar mais pontos (ganha-se pontuação através da produtividade – o que, no caso dos pirralhinhos, é seguir a pauta dada pelo Big Brother e estudar toda uma sorte de matérias tão pouco reflexíveis quanto inúteis), acabam saindo daquele sistema. Param num planeta que parece uma laranja, meio semelhante à Terra, solar, colorido, meio Beatles, e lá conhecem Giramundos (voz de Raul Cortez), dono de um circo que apresentará à trinca um novo estar no mundo: mais sensorial, reflexivo, lúdico, pulsante. O céu torna-se um lugar de visibilidade, com nuvens tomando formas diversas. O trem da trupe circense, que é uma negação ao maquinário automatizado dos outros planetas dominados pelo vilão, tem vagões temáticos ultra-criativos, bichinhos ganham novos papéis, tudo muito divertido.

Tudo isso nos é mostrado com um desenho de traço mais “duro”, antigão, sem texturas tridimensionais ou cores esfumaçadas, o que é bem interessante. Faltou, nesse momento, uma erupção dessa experiência dos personagens, com mais delírios, mais desdobramentos do repertório abrigado pelo circo Giramundos. Fazer o universo lúdico transcender como imagem, como simulação do imaginário infantil, como cinema. Mas seria injusto não ver o filme pelo que ele apresenta ao longo de sua projeção: um grande exercício que enreda o melhor das TVs educativas, os mais recentes Glub Glub e Castelo Rá-Tim-Bum, com as colinhas, purpurinas e tal dos anos 70, a franqueza com a qual ele se aproxima de um repertório que anda escasseando, o do circo (nos créditos, é dito “um espetáculo de Alê Abreu”). Mas, que fique claro: não é por essa “função” que Garoto Cósmico é um belo desenho – um filme não tem de ter uma função, mas simplesmente ser um filme, e a função fica para o uso que cada um quiser fazer do que assistiu na sala. É que Garoto Cósmico constrói um universo mais próprio, “meta-cinematográfico”, mais mundo e sua história recente, mas despretensioso, leve. Ou seja: mais duro (no traço), mas sem perder a ternura.
---------------

INVENTIVA ANIMAÇÃO NACIONAL É UMA BEM-VINDA SURPRESA

Érico Borgo

Primeiro longa-metragem de Alê Abreu, Garoto Cósmico é prova inquestionável de que há talento nacional disponível para o desenvolvimento de grandes filmes de animação por aqui.

Através de soluções pouco custosas e investindo principalmente numa boa história, o animador esticou seu orçamento ao máximo, ao longo de sete anos, fazendo valer cada centavo. Há momentos em que a verba curta aparece, mas o público já está devidamente conquistado pela direção de arte caprichada (especialmente a do circo espacial e seus habitantes) e história empolgante.

A trama narra a história de três crianças que vivem num sistema solar controlado por regras extremamente rígidas, o Mundo da Programação. Sem conhecer nada além de sua rotina maçante (mostrada numa ótima seqüência musicada por Gustavo Kurlat e cantada por Arnaldo Antunes), os três fazem o que lhes é exigido: estudar, comer, dormir e estudar mais. Ansiando por uma mudança de ares - eles querem ser os primeiros da classe a irem para o "Planeta das Crianças Adultas", de onde passarão futuramente ao dos "Adultos Complexos" - o trio resolve esgueirar-se pelos túneis que ligam seu dormitório à escola para estudar mais. No caminho, porém, acabam num espaçoporto e são lançados numa aventura intergaláctica. Em suas viagens conhecem o fantástico Circo Giramundo e suas atrações - mas em seu encalço está o herói de seu sistema, alguém que eles admiram e que fará com que eles reconsiderem seus destinos.

As informações de imprensa do filme citam referências a Metrópolis de Fritz Lang e THX 1138 de George Lucas - o que causou certa descrença por aqui. Seria inusitado demais. Surpreendentemente, os filmes realmente têm ecos no longa animado. Não é sempre que dá pra falar algo assim de uma produção voltada ao público infantil. O roteiro de Alê Abreu, Sabina Anzuategui (Desmundo), Daniel Chaia (Bens Confiscados) e o músico Gustavo Kurlat realmente busca algo diferente... dar às crianças algo distinto do que elas estão acostumadas em termos de animação nacional (basicamente é uma resposta anarquista à mesmice acomodada da Turma da Mônica).

Claro que existem problemas - e não são poucos, como a dublagem amadora das crianças (em compensação Raul Cortez dá um show como Giramundos, assim como todo o elenco adulto) e as já citadas seqüências "pra esticar verba". Elas acontecem dentro da nave-trem circense, são explorações das maravilhas do veículo, mas são longas demais, desviando-se da trama. Nada que uma verba maior não resolvesse...

Resta agora algum estúdio abrir os olhos e financiar algum novo projeto de Abreu com orçamento mais parrudo. Fica a impressão que ele poderia tornar-se o nosso próprio Michel Ocelot.
--------------

GAROTO CÓSMICO

Cid Nader


Existem filmes de "criança" que exigiriam avaliações muito mais complexas do que pensar simploriamente neles como, "filmes de criança". Alê Abreu vem traçando um caminho muito particular nessa sua opção de animador cinematográfico. Tem uma capacidade incrível - quase única pelo seu modo muito particular de enxergar as possibilidades que fazer animação pode alcançar - para o domínio de técnicas. Mas vai muito além da excelência no domínio delas, para intrometer em seus trabalhos - bastante detalhados e bem construídos - "alma" e muito o que dizer. Nem é tão profícuo nessa sua profissão de "desenhista animado" - são quatro trabalhos num período de cerca de quinze anos (lembro que tinha um em fase de confecção, mas não sei a quantas anda), o que denuncia um autor meticuloso e cuidadoso, ainda mais num país que nem oferece tantas facilidades para as produções executadas à mão -; ele aparece muito mais contundente no quesito "números absolutos" quando se confere seu trabalho em livros.

"Garoto Cósmico" é um típico exemplo de Alê. Assim: demorado em sua confecção total (algo em torno de sete anos); cuidadoso ao extremo na edição; direto e sem firulas nos desenhos imaginados para caracterizar os seres que transitam pelo filme; e, principalmente, precioso na essência da história a ser contada - sem esquecer também da excelência no trabalho de som e na escolha e criação das músicas (talvez esse fator, "música no filme", possa ser embaralhado e imiscuído à essência da idéia imaginada para a história, porque é um trabalho de garimpo sonoro muito sensível e voltado ao lúdico e a um modo de c(a)ontar algo genuinamente infantil). E quando digo que a história do filme é genuinamente infantil, venho com isso querer demonstrar o quão pode ser bom um trabalho que se imagina voltado ao mundo dos petits; o quanto pode ser obra voltada para seres pensantes e com a mente muito mais aberta às possibilidades que lhe serão narradas - algo muito ao contrário do que vem se institucionalizando como o modo de observação desse mundo atual, que trata as crianças como "elementozinhos" propensos ao bom gasto da graninha suada dos pais, ou como serzinhos que não conseguem imaginar nada além do que venha mastigado idiotamente por um tanto de "gente" responsável pelo diálogo com elas, em diversas de nossas mídias modernas (principalmente cinema e TV); e nem vou me dar o trabalho de citar nomes porque é de conhecimento geral. Se fosse para colocar numa paralela sua obra e seu modo inteligente de diálogo com o mundo infantil com a mídia de mais alcance, diria que a obra de Alê caminha na mesma toada dos programas da TV Cultura.

Aliás, "Garoto Cósmico" tem um certo punch de programa da emissora estatal de São Paulo. O modo como as músicas são entoadas e seu papel complementar dentro da história exposta via imagens são elementos mais vivos dentro do trabalho do que simples "emolduradores" ou embelezadores – apesar de serem minuciosas e belas como raramente se vê por aí. Os desenhos que do filme variam conforme as necessidades: no início são de formato preciso, poucos traços, "higienizados" – como que para fazer justiça à primeira da história que nos remete a um mundo no futuro que caracteriza nossos medos mais interiores quanto à não individualidade, ao pensamento em rede, à não possibilidade da vida particular (e aí já se manifesta uma idéia do autor, justíssima em suas preocupações, e precisa para desmistificar a "criança burra atual que não entenderia o bom recado a ser passado"). Com o passar do tempo e o avanço do lúdico sobre a mecanização, os traços passam a ganhar maleabilidade e evidenciam um mundo muito mais colorido, inclusive (bom lembrar que o pano de fundo na transformação que os personagens principais sofrerão é um circo, e cores têm tudo a ver); a conversa com Giramundo enquanto as nuvens vão tomando formatos diversos também são evidentes exemplos técnicos da nova diretriz estética da história (afora o fato de remeter às primeiras manifestações de imaginação mais livres e particulares em nossa infância); esteticamente, Alê também ousa (bem pouquinho, é verdade) com a intromissão de elementos reais filmados – surge um novo planeta que nada mais é do que uma mexerica, há uma mão toda pintada que passa rapidamente durante a execução de uma das músicas... -; acontecem até situações de puro psicodelismo.

As figuras que habitam e começam a servir de novas referências são mais para maluquetes do que "normais", acabando por fazer com que as crianças que vemos desde o início, na tela, passem a parecer cada vez mais criancinhas. Essa é a essência do trabalho. Essa é a meta de Ale Abreu. E resulta um "Garoto Cósmico" que é inteligente, que é infantil, que é para adultos também. Como se ele quisesse provar que dominar as técnicas narrativas e os elementos de cada estilo jamais deveria servir de desculpa para obras incompletas e com pouco a dizer.
--------------

Equipe

direção
Alê Abreu

produção executiva
Lia Nunes

roteiro

Alê Abreu

Daniel Chaia
Gustavo Kurlat

Sabina Anzuategui



trilha original

Gustavo Kurlat

Renato Lemos



produção musical

Ruben Feffer



montagem

Cristina Amaral

assistentes de montagem

Cristian Chinen

Graziela Barduco



animação
Alê Abreu



assistente de animação

Daniel Pudles



intervalação

Daniel Boccato

Jorge Zugliani

Midori Sato

Priscilla Kellen



arte final

Li-7
Marília Nunes

Taís Rios



cenários

Alê Abreu

animação 3D

Gilberto Caserta



assistentes de produção

Beatriz Falasco
Carolina Mikoszewski

Mari Sugai

Simone Maggio

Stella Rainer

Tais Rios




lip sync

Drika Ooki

Mauricio Mendes

assistentes de câmera
Luciano Tasso
Midori Sato



vozes


Cósmico
Aleph Naldi


Luna
Bianca Rayen

Maninho
Matheus Duarte


Giramundos
 Raul Cortez

Já-Já
Wellington Nogueira


Capitão-Programação
 Marcio Seixas


Bailarina
 Vanessa da Mata


Záz-Tráz
 Belchior


Bola
Melina Anthis

Perna-de-Pau
 Gustavo Kurlat


Apresentadora
 CaretaVera Villela

produtora de elenco

Paula Pretta

preparação de elenco infantil

Fabiana Prado

edição de som

Ricardo Reis

Miriam Biderman


 Patrocínio
Petrobras
BNDES

Co-Patrocínio
Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo
Nossa Caixa
Programa de Fomento ao Cinema Paulista - Governo Estado de são Paulo
Banco safra
Sabesp
CPP - Cia. Paulista de Parcerias

Apoio
Ancine
Mega Color
Ministério da cultura
Governo Federal

Distribuição
Down Town filmes
Apoio Globo filmes